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A gravidez pode não invalidar a mulher, mas impõe limitações de diversas formas e por vezes deixa evidente a enorme sobrecarga e desgaste físico, psicológico, emocional.
Azia, dores na coluna, ciático, seios doloridos, prisão de ventre, infinitas idas a casa de banho pra fazer xixi, enjoos, falta de ar e energia, cansaço, caimbras, hemorroidas, dificuldade para dormir, sentar, executar atividades simples do dia a dia, somam-se a uma irritabilidade maior, ansiedade, medo da chegada do parto, de não dar conta, de morrer, lentidão para processar decisões, uma crescente necessidade de desconectar com o mundo externo, cuidar de outros filhos, da casa, trabalhar.....essa lista pode ser infinita e claro, o peso dela depende de como cada gravidez é vivida e sentida pela mulher.
Muitas vezes, os desabafos acerca disso soam como frescura, preguiça, fraqueza, ingratidão e sentimos a desvalorização desses impactos da gravidez e a falta de espaço espaço para expor seus medos, suas dores, seus desconfortos e sensações jamais sentidas antes que vem a tona....
As "piadinhas" vem de todo lado, dentro e fora de casa e não só de homens, muitas mulheres não são solidarias e empáticas ao que se vive neste período.
A sociedade continua a julgar, penalizar, desvalorizar os sintomas, sentimentos e tudo que é vivido durante a gravidez, por mais saudável que esta seja.
Para muitas mulheres não é fácil estar grávida.
O olhar das pessoas e instituições que cercam a mulher durante esse período do ciclo gravídico-puerperal ainda precisa mudar muito.
Vamos nos mostrar mais atentos e empáticos, acolher, abraçar, ouvir, apoiar e validar todos esses sentimentos ambíguos e fazer da caminhada dela menos solitária e mais leve!
Carol Botafogo
Doula de parto e pós-parto
Conselheira em Amamentação
*Atendimento online e presencial
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